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Orientações de Soichi Furuta (SF0304)
(Percebamos o quanto estamos longe do tal de Haicu!)

“Um haicu revelando 70 a 80% do seu exposto é bom. Revelando 50 a 60% nunca nos entediará.” (Bashô).

Isto é próximo ao todo que o haicu abordará. Haicu não é o que ele diz, mas o que nele é sugerido e, no leitor, despertado. Seu poder de beleza existe na habilidade de capturar a essência de algo em somente uns poucos versos.

Haicus são conhecidos pela sua sutileza e falta de sentimentalismo. Não há espaço para adjetivos superficiais.

Diferente da poesia ocidental, tendente a sobrecarregar cada verso com informação, o haicu minimiza seu conteúdo, deixando suficiente indefinição para o leitor desfrutar uma protelada evocação poética.

Esta associação de idéias é conhecida como yojõ. Dar o mínimo de informação para o despertar máximo, é o detalhe do haicu: Velho tanque... uma rã salta, ruído de água. Este é um exemplo de kireji (informação cortada) que indica uma pausa dentro de um haicu (primeiro verso, no caso). O senso de imagens mentais estimulados pelo velho, tranqüilo tanque é contrastado com a vívida imagem da rã saltando e o resultado dessa ação. Quando estas imagens são provocadas em conjunto elas interagem, faíscam, e detonam. O efeito imediato sobre nós é sensorial. Também, um instante mais tarde, será mental. Isto é o que chamo de haicu – momento de iluminação – um intensificado momento de transcendência.